A INCLUSÃO EDUCACIONAL
Através da educação escolar temos ou podemos ter condições básicas para o desenvolvimento de nosso bem estar, desde o acesso à cultura, aquisição de conhecimentos e informações até o preparo do cidadão para o mercado de trabalho e para o exercício pleno de nossa cidadania. Este, portanto, é um direito de todo cidadão seja ele portador de necessidades educativas especiais ou não. E, por que não pensarmos ou falarmos em educação para todos? Em inclusão?
A inclusão ou integração de alunos especiais em escolas regulares vem sendo fortalecida em nosso país e, para que consigamos obter melhores resultados precisamos de professores preparados teoricamente e que se dediquem em prol de seus alunos, valorizando as diferenças e crendo nas suas capacidades.
Gostaríamos de citar que a presença de todos os tipos de crianças em uma escola regular é algo perfeitamente aceitável, mas que deve ser bem pensado e planejado no que se refere ao respeito pela criança portadora de deficiência e ao professor do ensino regular.
Muitas crianças ditas normais desconhecem crianças diferentes. Sabem que existem pequenos problemas que uma ou outra pessoa pode possuir, mas não vêem isso como barreira para a amizade, a compreensão, a convivência. Sabemos que ainda existem preconceitos frente aos portadores de deficiência e esta visão deturpada dos limites e/ou possibilidades de cada indivíduo torna o adulto (muitas vezes) um transmissor de pré-conceitos e de imagens distorcidas frente às crianças sobre as deficiências, podendo gerar daí alguns conflitos na escola e de convivência que poderão ser facilmente sanados com compreensão e sabedoria por parte dos professores e equipe diretiva da escola dita regular.
A inclusão na escola é saudável para a construção da base do processo de normalização daqueles que nasceram com alguma diferença significativa e, que tem por alguma razão negada a sua convivência com as demais crianças.
O início desta inclusão deve ser dado pelos pais ao estimularem desde bebês a convivência de seus filhos com os demais familiares e vizinhos, ou até em creches e escolas de educação infantil. Quanto maior os estímulos globais do desenvolvimento do ser humano menor serão suas defasagens cognitivas e sociais...
Ao interagir com as demais crianças percebe-se maior variedade de estímulos, encorajando a verbalização, oportunizando a exploração e as descobertas provenientes da manipulação de objetos e de condições favoráveis ao desenvolvimento de um repertório de informações e conhecimentos.
Cabe lembrar que a educação é direito de todos e que a inclusão não é algo que se possa querer ou não aceitar, mas é algo que necessita de amor, de doação e de consciência da responsabilidade dos professores na educação de crianças e jovens que serão adultos amanhã e, que terão sobre seus ombros a responsabilidade de governar e de levar nosso país adiante. É necessário, portanto, que toda a sociedade brasileira abra novos horizontes em relação à questão da inclusão, visando e exigindo uma educação de melhor qualidade lembrando a existência e os direitos de todos os cidadãos, sem discriminação ou rótulos, mas com a visão da necessidade que temos de darmos as nossas mãos em busca de um mundo melhor.
Os sistemas públicos e particulares de ensino precisam viver e respeitar as diferenças sendo este o único caminho para vivermos a igualdade. O sucesso desta vivência decorre das potencialidades de se conseguir progressos significativos dos alunos “especiais” na escolaridade. Adequar práticas pedagógicas e vivenciar as diversidades na aprendizagem farão com que ocorra a assimilação e aceitação das dificuldades de alguns alunos, representando um benefício para a escola que realmente se envolver na inclusão, pois se supõe uma melhoria e enriquecimento no âmbito escolar em geral, flexibilizando seu currículo, criando motivações e atendendo os diferentes interesses e capacidades de aprender.
Percebemos ainda muita desinformação frente à inclusão o que vêm gerando medo, insegurança e incapacidades frente à melhores resultados na inclusão, portanto é necessário maiores esclarecimentos e divulgação das experiências e os sucessos com as mesmas para que se acabe com este preconceito frente ao portador de necessidade educativa especial e à inclusão na rede regular de ensino, sendo este o desafio que pretendo propor ao fim deste trabalho monográfico.
É claro que o caminho a trilhar ainda é muito longo e que muitas divergências e controvérsias surgirão frente ao assunto, assim como estamos cientes que não são todos os indivíduos especiais que poderão ser inclusos na rede regular de ensino e que a existência de escolas especiais e dos trabalhos de profissionais qualificados nesta área sempre se farão necessários para atuar frente aos indivíduos mais prejudicados mentalmente, mas sabemos também que a inclusão sempre existiu e que devem ser dados a ela novos olhos e maior compreensão e dedicação frente às diversidades.
Texto extraído da monografia: A CONTRIBUIÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR NA INCLUSÃO NA REDE REGULAR DE ENSINO DE ALUNOS PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS ALFABETIZADOS EM UMA ESCOLA ESPECIAL
MARILEI COSTA CANANÉA
VENÂNCIO AIRES (RS), 2004.
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