terça-feira, 25 de outubro de 2011

Bela reportagem sobre deficiência intelectual!

O olhar do educador!

Podemos refletir sobre o nosso dia a dia enquanto educadores...

Deficiências (Mário Quintana)

Lindo este poema.Aproveite!

Posso ter defeitos...(Fernando Pessoa)

Desfrute desta linda poesia de Fernando Pessoa!

Artista da areia!

É incrível o que este artista faz com a areia!
Assista!Vale a pena, é muito lindo!

Educação especial e o uso do computador

Educação especial e o computador

Os projetos que tenho observado e que vem sendo desenvolvidos pelos alunos especiais que estão na internet chamam a atenção pelas diferenças individuais de cada um. Parece que conhecemos um pouco de cada indivíduo ao acessarmos seus sites, suas capacidades e limitações, sua forma de agir e interagir com o mundo, com o que está a sua volta. Isso mostra o quanto todos tem condições de serem desafiados e que necessitam disso para o seu crescimento.
Percebe-se que nas escolas faltam desafios há todos os alunos e não somente os especiais. Algo que os façam sentirem prazer de agir e buscar mais por sua aprendizagem talvez motivasse mais nossos alunos e os envolvessem mais em uma aprendizagem significativa. Algo a se pensar...
Percebemos exemplos claros de superação de suas dificuldades e limitações que mostram o quanto as pessoas especiais lutam por “estar entre nós”, como se isso fosse uma tábua de salvação para seus problemas, pois ainda há muito olhar piedoso e não aceitação em todos os lugares. A inclusão de pessoas portadoras de deficiência tem seus direitos garantidos por lei, mas até que ponto são realmente cumpridos? Muitos necessitam de uma atenção muito mais que especial, necessitam de apoio constante frente as suas limitações e aí percebemos o amparo da família, o amor materno na maioria das vezes expresso em fotos sorridentes em seus sites, mostrando que se não fosse esse apoio com certeza as dificuldades seriam ainda maiores. A estes guerreiros vão meus parabéns e a certeza de que só quem realmente é especial é merecedor desta luta e destes desafios que Deus nos manda.
Aos profissionais que atuam com alunos especiais cabe possibilitar novas experiências, remover barreiras, auxiliar a resolver problemas, ser um constante apoio para que as dificuldades não sejam tão desestimulantes e que impeçam o seu crescimento e uma participação mais ativa em sua comunidade. O uso do computador e as possibilidades dele vindas com as tecnologias assistivas para os deficientes podem permitir a troca de experiências, o auxílio mútuo através de sugestões e de opiniões, a aquisição de maior independência e abre com certeza novas possibilidades de vida a todos, seja através de um maior círculo de amizade até encontrar-se enquanto cidadão e no meio profissional.
Gostaria de sugerir que visitassem alguns endereços que valorizam a diversidade e respeitam a diferença, trabalham com a inclusão de pessoas portadoras de deficiência, disponibilizam programas de acessibilidade e divulgam os direitos dos cidadãos especiais.
vozcomum.blogspot.com (ótimo)
www.inclusao.com.,br (somos todos iguais)

domingo, 23 de outubro de 2011

Minha Escola

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Brígida do Nascimento é uma escola apaixonante...Seus profissionais são qualificados e na grande maioria muito preocupados com a aprendizagem dos seus alunos. Nas reuniões refletimos muito sobre os problemas que os alunos estão enfrentando e juntos procuramos auxiliar a ele e sua família a terem melhores possibilidades de enfrentar as dificuldades que passam. É claro que seria utopia dizer que não temos muitas dificuldades e de diversas ordens a serem superadas. Problemas relacionados a comportamento, indisciplina, desinteresse fazem parte de toda a escola hoje em dia, mas procuramos enfrentá-los propondo desafios e atividades que os desafiem a se fazerem presentes e os estimulem cada vez mais a buscarem o saber como algo útil para sua vida e que possa lhes abrir portas nas suas futuras escolhas. Estamos vivendo uma gincana de integração desde agosto que uniu as turmas e seguidamente nos faz desafios aos quais temos que buscar a união e um consenso de ideias para crescer em pontuação e buscar a tão sonhada premiação ( uma festinha que envolverá comes e bebes no valor de R$150,00). Temos mais de 90  inclusos (todos com laudo de deficiência mental leve e moderada) entre 250 alunos que aqui estudam. Convivência harmoniosa na maioria das vezes e muito enriquecedora para todos que aqui passam, pois uns auxiliam os outros auxiliando nas explicações e nos trabalhos a serem realizados. Temos muito a fazer por uma educação de qualidade justa e igualitária para todos,
Marilei

Licença Saúde

Comunico aos amigos que, por muitos problemas de doenças em minha casa e na dos meus pais, me obriguei a tirar uma licença para cuidar deles, pois há momentos na vida em que precisamos pensar e agir  não só com o coração, mas com a mente. Foi difícil tomar esta decisão que já vinha adiando há algum tempo, porque adoro o meu trabalho e me sinto perdida sem ir à escola e estar em contato com os meus alunos e minhas colegas, mas estou visitando-os seguidamente. Agradeço a compreensão da diretora Karla e das minhas colegas da educação especial (principalmente) que estão me substituindo durante minha ausência. Beijos para Fernanda. Lenir e Lourdes.
Um abraço
Marilei

Texto de Maria Teresa Mantoan maravilhoso para reflexão sobre inclusaõ



Maria Teresa Eglér Mantoan
Universidade Estadual de Campinas / Unicamp
Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Reabilitação de Pessoas com Deficiência - LEPED/ FE/ Unicamp

A inclusão é uma inovação, cujo sentido tem sido muito distorcido e um movimento muito polemizado pelos mais diferentes segmentos educacionais e sociais. No entanto, inserir alunos com déficits de toda ordem, permanentes ou temporários, mais graves ou menos severos no ensino regular nada mais é do que garantir o direito de todos à educação - e assim diz a Constituição !
Inovar não tem necessariamente o sentido do inusitado. As grandes inovações estão, muitas vezes na concretização do óbvio, do simples, do que é possível fazer, mas que precisa ser desvelado, para que possa ser compreendido por todos e aceito sem outras resistências, senão aquelas que dão brilho e vigor ao debate das novidades.
O objetivo de nossa participação neste evento é clarear o sentido da inclusão, como inovação, tornando-o compreensível, aos que se interessam pela educação como um direito de todos, que precisa ser respeitado. Pretendemos, também demonstrar a viabilidade da inclusão pela transformação geral das escolas, visando a atender aos princípios deste novo paradigma educacional.
Para descrever o nosso caminho na direção das escolas inclusivas vamos focalizar nossas experiências, no cenário educacional brasileiro sob três ângulos : o dos desafios provocados por essa inovação, o das ações no sentido de efetivá-la nas turmas escolares, incluindo o trabalho de formação de professores e, finalmente o das perspectivas que se abrem à educação escolar, a partir de sua implementação.

UMA EDUCAÇÃO PARA TODOS
O princípio democrático da educação para todos só se evidencia nos sistemas educacionais que se especializam em todos os alunos, não apenas em alguns deles, os alunos com deficiência. A inclusão, como consequência de um ensino de qualidade para todos os alunos provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação que implica num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas de nível básico.
O motivo que sustenta a luta pela inclusão como uma nova perspectiva para as pessoas com deficiência é, sem dúvida, a qualidade de ensino nas escolas públicas e privadas, de modo que se tornem aptas para responder às necessidades de cada um de seus alunos, de acordo com suas especificidades, sem cair nas teias da educação especial e suas modalidades de exclusão.
O sucesso da inclusão de alunos com deficiência na escola regular decorre, portanto, das possibilidades de se conseguir progressos significativos desses alunos na escolaridade, por meio da adequação das práticas pedagógicas à diversidade dos aprendizes. E só se consegue atingir esse sucesso, quando a escola regular assume que as dificuldades de alguns alunos não são apenas deles, mas resultam em grande parte do modo como o ensino é ministrado, a aprendizagem é concebida e avaliada. Pois não apenas as deficientes são excluídas, mas também as que são pobres, as que não vão às aulas porque trabalham, as que pertencem a grupos discriminados, as que de tanto repetir desistiram de estudar.

OS DESAFIOS
Toda criança precisa da escola para aprender e não para marcar passo ou ser segregada em classes especiais e atendimentos à parte. A trajetória escolar não pode ser comparada a um rio perigoso e ameaçador, em cujas águas os alunos podem afundar. Mas há sistemas organizacionais de ensino que tornam esse percurso muito difícil de ser vencido, uma verdadeira competição entre a correnteza do rio e a força dos que querem se manter no seu curso principal.
Um desses sistemas, que muito apropriadamente se denomina "de cascata", prevê a exclusão de algumas crianças, que têm déficits temporários ou permanentes e em função dos quais apresentam dificuldades para aprender. Esse sistema contrapõe-se à melhoria do ensino nas escolas, pois mantém ativo, o ensino especial, que atende aos alunos que caíram na cascata, por não conseguirem corresponder às exigências e expectativas da escola regular. Para se evitar a queda na cascata, na maioria das vezes sem volta, é preciso remar contra a correnteza, ou seja, enfrentar os desafios da inclusão : o ensino de baixa qualidade e o subsistema de ensino especial, desvinculadae justaposto ao regular.
Priorizar a qualidade do ensino regular é, pois, um desafio que precisa ser assumido por todos os educadores. É um compromisso inadiável das escolas, pois a educação básica é um dos fatores do desenvolvimento econômico e social. Trata-se de uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossível de se efetivar por meio dos modelos tradicionais de organização do sistema escolar.
Se hoje já podemos contar com uma Lei Educacional que propõe e viabiliza novas alternativas para melhoria do ensino nas escolas, estas ainda estão longe, na maioria dos casos, de se tornarem inclusivas, isto é, abertas a todos os alunos, indistinta e incondicionalmente. O que existe em geral são projetos de inclusão parcial, que não estão associados a mudanças de base nas escolas e que continuam a atender aos alunos com deficiência em espaços escolares semi ou totalmente segregados (classes especiais, salas de recurso, turmas de aceleração, escolas especiais, os serviços de itinerância).
As escolas que não estão atendendo alunos com deficiência em suas turmas regulares se justificam, na maioria das vezes pelo despreparo dos seus professores para esse fim. Existem também as que não acreditam nos benefícios que esses alunos poderão tirar da nova situação, especialmente os casos mais graves, pois não teriam condições de acompanhar os avanços dos demais colegas e seriam ainda mais marginalizados e discriminados do que nas classes e escolas especiais.
Em ambas as circunstâncias, o que fica evidenciado é a necessidade de se redefinir e de se colocar em ação novas alternativas e práticas pedagógicas, que favoreçam a todos os alunos, o que, implica na atualização e desenvolvimento de conceitos e em aplicações educacionais compatíveis com esse grande desafio.
Muda então a escola ou mudam os alunos, para se ajustarem às suas velhas exigências ? Ensino especializado em todas as crianças ou ensino especial para deficientes? Professores que se aperfeiçoam para exercer suas funções, atendendo às peculiaridades de todos os alunos, ou professores especializados para ensinar aos que não aprendem e aos que não sabem ensinar?

AS AÇÕES
Visando os aspectos organizacionais
Ao nosso ver é preciso mudar a escola e mais precisamente o ensino nelas ministrado. A escola aberta para todos é a grande meta e, ao mesmo tempo, o grande problema da educação na virada do século.
Mudar a escola é enfrentar uma tarefa que exige trabalho em muitas frentes. Destacaremos as que consideramos primordiais, para que se possa transformar a escola , em direção de um ensino de qualidade e, em consequência, inclusivo.
Temos de agir urgentemente:
  • colocando a aprendizagem como o eixo das escolas, porque escola foi feita para fazer com que todos os alunos aprendam;
  • garantindo tempo para que todos possam aprender e reprovando a repetência;
  • abrindo espaço para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico sejam exercitados nas escolas, por professores, administradores, funcionários e alunos, pois são habilidades mínimas para o exercício da verdadeira cidadania;
  • estimulando, formando continuamente e valorizando o professor que é o responsável pela tarefa fundamental da escola - a aprendizagem dos alunos;
  • elaborando planos de cargos e aumentando salários, realizando concursos públicos de ingresso, acesso e remoção de professores.
Que ações implementar para que a escola mude ?
Para melhorar as condições pelas quais o ensino é ministrado nas escolas, visando, universalizar o acesso, ou seja, a inclusão de todos, incondicionalmente, nas turmas escolares e democratizar a educação, sugerimos o que, felizmente, já está ocorrendo em muitas redes de ensino, verdadeiras vitrines que expõem o sucesso da inclusão.
A primeira sugestão para que se caminhe para uma educação de qualidade é estimular as escolas para que elaborem com autonomia e de forma participativa o seu Projeto Político Pedagógico, diagnosticando a demanda, ou seja, verificando quantos são os alunos, onde estão e porque alguns estão fora da escola.
Sem que a escola conheça os seus alunos e os que estão à margem dela, não será possível elaborar um currículo escolar que reflita o meio social e cultural em que se insere.A integração entre as áreas do conhecimento e a concepção transversal das novas propostas de organização curricular consideram as disciplinas acadêmicas como meios e não fins em si mesmas e partem do respeito à realidade do aluno, de suas experiências de vida cotidiana, para chegar à sistematização do saber.
Como essa experiência varia entre os alunos, mesmo sendo membros de uma mesma comunidade, a implantação dos ciclos de formação é uma solução justa, embora ainda muito incompreendida pelos professores e pais, por ser uma novidade e por estar sendo ainda pouco difundida e aplicada pelas redes de ensino. De fato, se dermos mais tempo para que os alunos aprendam, eliminando a seriação, a reprovação, nas passagens de um ano para outro, estaremos adequando o processo de aprendizagem ao ritmo e condições de desenvolvimento dos aprendizes - um dos princípios das escolas de qualidade para todos
Por outro lado, a inclusão não implica em que se desenvolva um ensino individualizado para os alunos que apresentam déficits intelectuais, problemas de aprendizagem e outros, relacionados ao desempenho escolar. Na visão inclusiva, não se segregam os atendimentos, seja dentro ou fora das salas de aula e, portanto, nenhum aluno é encaminhado à salas de reforço ou aprende, a partir de currículos adaptados. O professor não predetermina a extensão e a profundidade dos conteúdos a serem construídos pelos alunos, nem facilita as atividades para alguns, porque, de antemão já prevê q dificuldade que possam encontrar para realizá-las. Porque é o aluno que se adapta ao novo conhecimento e só ele é capaz de regular o seu processo de construção intelectual.
A avaliação constitui um outro entrave à implementação da inclusão. É urgente suprimir o caráter classificatório da avaliação escolar, através de notas, provas, pela visão diagnóstica desse processo que deverá ser contínuo e qualitativo, visando depurar o ensino e torná-lo cada vez mais adequado e eficiente à aprendizagem de todos os alunos. Essa medida já diminuiria substancialmente o número de alunos que são indevidamente avaliados e categorizados como deficientes, nas escolas regulares.
aprendizagem como o centro das atividades escolares e o sucesso dos alunos, como a meta da escola, independentemente do nível de desempenho a que cada um seja capaz de chegar são condições de base para que se caminha na direção de escolas acolhedoras. O sentido desse acolhimento não é o da aceitação passiva das possibilidades de cada um, mas o de serem receptivas a todas as crianças, pois as escolas existem, para formar as novas gerações, e não apenas alguns de seus futuros membros, os mais privilegiados.
A inclusão não prevê a utilização de métodos e técnicas de ensino específicas para esta ou aquela deficiência. Os alunos aprendem até o limite em que conseguem chegar, se o ensino for de qualidade, isto é, se o professor considera o nível de possibilidades de desenvolvimento de cada um e explora essas possibilidades, por meio de atividades abertas, nas quais cada aluno se enquadra por si mesmo, na medida de seus interesses e necessidades, seja para construir uma idéia, ou resolver um problema, realizar uma tarefa. Eis aí um grande desafio a ser enfrentado pelas escolas regulares tradicionais, cujo paradigma é condutista, e baseado na transmissão dos conhecimentos.
O trabalho coletivo e diversificado nas turmas e na escola como um todo é compatível com a vocação da escola de formar as gerações. É nos bancos escolares que aprendemos a viver entre os nossos pares, a dividir as responsabilidades, repartir as tarefas. O exercício dessas ações desenvolve a cooperação, o sentido de se trabalhar e produzir em grupo, o reconhecimento da diversidade dos talentos humanos e a valorização do trabalho de cada pessoa para a consecução de metas comuns de um mesmo grupo.
tutoramento nas salas de aula tem sido uma solução natural, que pode ajudar muito os alunos, desenvolvendo neles o hábito de compartilhar o saber. O apoio ao colega com dificuldade é uma atitude extremamente útil e humana e que tem sido muito pouco desenvolvida nas escolas, sempre tão competitivas e despreocupadas com a a construção de valores e de atitudes morais.
Além dessas sugestões, referentes ao ensino nas escolas, a educação de qualidade para todos e a inclusão implicam em mudanças de outras condições relativas à administração e aos papéis desempenhados pelos membros da organização escolar.
Nesse sentido é primordial que sejam revistos os papéis desempenhados pelos diretores e coordenadores, no sentido de que ultrapassem o teor controlador, fiscalizador e burocrático de suas funções pelo trabalho de apoio, orientação do professor e de toda a comunidade escolar.
descentralização da gestão administrativa, por sua vez, promove uma maior autonomia pedagógica, administrativa e financeira de recursos materiais e humanos das escolas, por meio dos conselhos, colegiados, assembléias de pais e de alunos. Mudam-se os rumos da administração escolar e com isso o aspecto pedagógico das funções do diretor e dos coordenadores e supervisores emerge. Deixam de existir os motivos pelos quais que esses profissionais ficam confinados aos gabinetes, às questões burocráticas, sem tempo para conhecer e participar do que acontece nas salas de aula.
Visando a formação continuada dos professores
Sabemos que, no geral, os professores são bastante resistentes às inovações educacionais, como a inclusão. A tendência é se refugiarem no impossível, considerando que a proposta de uma educação para todos é válida, porém utópica, impossível de ser concretizada com muitos alunos e nas circunstâncias em que se trabalha, hoje, nas escolas, principalmente nas redes públicas de ensino.
A maioria dos professores têm uma visão funcional do ensino e tudo o que ameaça romper o esquema de trabalho prático que aprenderam a aplicar em suas salas de aula é rejeitado. Também reconhecemos que as inovações educacionais abalam a identidade profissional, e o lugar conquistado pelos professores em uma dada estrutura ou sistema de ensino, atentando contra a experiência, os conhecimentos e o esforço que fizeram para adquiri-los.
Os professores, como qualquer ser humano, tendem a adaptar uma situação nova às anteriores. E o que é habitual, no caso dos cursos de formação inicial e na educação continuada, é a separação entre teoria e prática. Essa visão dicotômica do ensino dificulta a nossa atuação, como formadores. Os professores reagem inicialmente à nossa metodologia, porque estão habituados a aprender de maneira incompleta, fragmentada e essencialmente instrucional. Eles esperam aprender uma prática inclusiva, ou melhor, uma formação que lhes permita aplicar esquemas de trabalho pré-definidos às suas salas de aulas, garantindo-lhes a solução dos problemas que presumem encontrar nas escolas inclusivas.
Em uma palavra, os professores acreditam que a formação em serviço lhes assegurará o preparo de que necessitam para se especializarem em todos os alunos, mas concebem essa formação como sendo mais um curso de extensão, de especialização com uma terminalidade e com um certificado que lhes convalida a capacidade de efetivar a inclusão escolar. Eles introjetaram o papel de praticantes e esperam que os formadores lhes ensinem o que é preciso fazer, para trabalhar com níveis diferentes de desempenho escolar, transmitindo-lhes os novos conhecimentos, conduzindo-lhes da mesma maneira como geralmente trabalham com seus próprios alunos. Acreditam que os conhecimentos que lhes faltam para ensinar as crianças com deficiência ou dificuldade de aprender por outras incontáveis causas referem-se primordialmente à conceituação, etiologia, prognósticos das deficiências e que precisam conhecer e saber aplicar métodos e técnicas específicas para a aprendizagem escolar desses alunos. Os dirigentes das redes de ensino e das escolas particulares também pretendem o mesmo, num primeiro momento, em que solicitam a nossa colaboração.
Se de um lado é preciso continuar investindo maciçamente na direção da formação de profissionais qualificados, não se pode descuidar da realização dessa formação e estar atento ao modo pelo qual os professores aprendem para se profissionalizar e para aperfeiçoar seus conhecimentos pedagógicos, assim como reagem às novidades, aos novos possíveis educacionais.
A metodologia
Diante dessas circunstâncias e para que possamos atingir nossos propósitos de formar professores para uma escola de qualidade para todos, idealizamos um projeto de formação que tem sido adotado por redes de ensino públicas e escolas particulares brasileiras, desde 1991.
Nossa proposta de formação se baseia em princípios educacionais construtivistas, pois reconhecemos que a cooperação, a autonomia intelectual e social, a aprendizagem ativa e a cooperação são condições que propiciam o desenvolvimento global de todos os alunos, assim como a capacitação e o aprimoramento profissional dos professores.
Nesse contexto, o professor é uma referência para o aluno e não apenas um mero instrutor, pois enfatizamos a importância de seu papel tanto na construção do conhecimento, como na formação de atitudes e valores do futuro cidadão. Assim sendo, a formação continuada vai além dos aspectos instrumentais de ensino.
A metodologia que adotamos reconhece que o professor, assim como o seu aluno, não aprendem no vazio. Assim sendo, partimos do "saber fazer" desses profissionais, que já possuem conhecimentos, experiências, crenças, esquemas de trabalho, ao entrar em contato com a inclusão ou qualquer outra inovação.
Em nossos projetos de aprimoramento e atualização do professor consideramos fundamental o exercício constante de reflexão e o compartilhamento de idéias, sentimentos, ações entre os professores, diretores, coordenadores da escola. Interessam-nos as experiências concretas, os problemas reais, as situações do dia-a-dia que desequilibram o trabalho, nas salas de aula. Eles são a matéria-prima das mudanças. O questionamento da própria prática, as comparações, a análise das circunstâncias e dos fatos que provocam perturbações e/ou respondem pelo sucesso vão definindo, pouco a pouco, aos professores as suas "teorias pedagógicas". Pretendemos que os professores sejam capazes de explicar o que outrora só sabiam reproduzir, a partir do que aprendiam em cursos, oficinas, palestras, exclusivamente. Incentivamos os professores para que interajam com seus colegas com regularidade, estudem juntos, com e sem o nosso apoio técnico e que estejam abertos para colaborar com seus pares, na busca dos caminhos pedagógicos da inclusão.
O fato de os professores fundamentarem suas práticas e argumentos pedagógicos no senso comum dificulta a explicitação dos problemas de aprendizagem. Essa dificuldade pode mudar o rumo da trajetória escolar de alunos que muitas vezes são encaminhados indevidamente para as modalidades do ensino especial e outras opções segregativas de atendimento educacional.
Daí a necessidade de se formarem grupos de estudos nas escolas, para a discussão e a compreensão dos problemas educacionais, à luz do conhecimento científico e interdisciplinarmente, se possível. Os grupos são organizados espontaneamente pelos próprios professores, no horário em que estão nas escolas e são acompanhados, inicialmente, pela equipe da rede de ensino, encarregada da coordenação das ações de formação. As reuniões têm como ponto de partida, as necessidades e interesse comuns de alguns professores de esclarecer situações e de aperfeiçoar o modo como trabalham nas salas de aula. O foco dos estudos está na resolução dos problemas de aprendizagem, o que remete à análise de como o ensino está sendo ministrado, pois o processo de construção do conhecimento é interativo e os seus dois lados devem ser analisados, quando se quer esclarecê-lo.
Participam dos grupos, além dos professores, o diretor da escola, coordenadores, mas há grupos que se formam entre membros de diversas escolas, que estejam voltados para um mesmo tema de estudo, como por exemplo a indisciplina, a sexualidade, a ética e a violência, a avaliação e outros assuntos pertinentes.
A equipe responsável pela coordenação da formação é constituída por professores, coordenadores, que são da própria rede de ensino, e por parceiros de outras Secretarias afins: Saúde, Esportes, Cultura. Nós trabalhamos diretamente com esses profissionais, mas também participamos do trabalho nas escolas, acompanhando-as esporadicamente, quando somos solicitados - minha equipe de alunos e eu.
Os Centros de Desenvolvimento do Professor
Algumas redes de ensino criaram o que chamamos de Centros de Desenvolvimento do Professor, os quais representam um avanço nessa nova direção de formação continuada, que estamos propondo, pois sediam a maioria das ações de aprimoramento da rede, promovendo eventos de pequeno, médio e grande porte, como workshops, seminários, entrevistas, com especialistas, fóruns e outras atividades. Sejam atendendo individualmente, como em pequenos e grandes grupos os professores, pais, comunidade. Os referidos Centros também se dedicam ao encaminhamento e atendimento de alunos que necessitam de tratamento clínico, em áreas que não sejam a escolar, propriamente dita.
Temos estimulado em todas as redes em que atuamos a criação dos centros, pois ao nosso ver, eles resumem o que pretendemos, quando nos referimos à formação continuada - um local em que o professor e toda comunidade escolar vem para realimentar o conhecimento pedagógico, além de servir igualmente aos alunos e a todos os interessados pela educação, no município.
Ao nosso ver, os cursos e demais atividades de formação em serviço, habitualmente oferecidos aos professores não estão obtendo o retorno que o investimento propõe. Temos insistido na criação desses Centros, porque a existência de seus serviços redireciona o que já é usual nas redes de ensino, ou seja, o apoio ao professor, pelos itinerantes. Não concordamos com esse suporte a alunos e professores com dificuldades, porque "apagam incêndio", agem sobre os sintomas, oferecem soluções particularizadas, locais, mas não vão à fundo no problema e suas causas. Os serviços itinerantes de apoio não solicitam o professor, no sentido de que se mobilize, de que reveja sua prática. Sua existência não obriga o professor a assumir a responsabilidade pela aprendizagem de todos os alunos, pois já existe um especialista para atender aos caso mais difíceis, que são os que justamente fazem o professor evoluir, na maneira de proceder com a turma toda. Porque se um aluno não vai bem, seja ele uma pessoa com ou sem deficiência, o problema precisa ser analisado não apenas com relação às reações dessa ou de outra criança, mas ao grupo como um todo, ao ensino que está sendo ministrado, para que os alunos possam aprender, naquele grupo.
A itinerância não faz evoluir as práticas, o conhecimento pedagógico dos professores. Ë, na nossa opinião, mais uma modalidade da educação especial que acomoda o professor do ensino regular, tirando-lhe a oportunidade de crescer, de sentir a necessidade de buscar soluções e não aguardar que alguém de fora venha, regularmente, para resolver seus problemas. Esse serviço igualmente reforça a idéia de que os problemas de aprendizagem são sempre do aluno e que ó o especialista poderá se incumbir de removê-los, com adequação e eficiência.
O tipo de formação que estamos implementando para tornar possível a inclusão implica no estabelecimento de parcerias entre professores, alunos, escolas, profissionais de outras áreas afins, Universidades, para que possa se manter ativa e capaz de fazer frente às inúmeras solicitações que essa modalidade de trabalho provoca nos interessados. Por outro lado, essas parcerias ensejam o desenvolvimento de outras ações, entre as quais a investigação educacional e em outros ramos do conhecimento. São nessas redes e a partir dessa formação que estamos pesquisando e orientando trabalhos de nossos alunos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Educação / Unicamp e onde estamos observando os efeitos desse trabalho, nas redes.
Não dispensamos os cursos, oficinas e outros eventos de atualização e de aperfeiçoamento, quando estes são reinvindicados pelo professor e nesse sentido a parceria com outros grupos de pesquisa da Unicamp e colegas de outras Universidades têm sido muito eficiente. Mas há cursos que oferecemos aos professores, que são ministrados por seus colegas da própria rede, quando estes se dispõe a oferecê-los ou são convidados por nós, ao conhecermos o valor de sua contribuição para os demais.
As escolas e professores com os quais estamos trabalhando já apresentam sintomas pelos quais podemos perceber que estão evoluindo dia -a- dia para uma Educação de qualidade para Todos. Esses sintomas podem ser resumidos no que segue:
  • reconhecimento e valorização da diversidade, como elemento enriquecedor do processo de ensino e aprendizagem;
  • professores conscientes do modo como atuam, para promover a aprendizagem de todos os alunos;
  • cooperação entre os implicados no processo educativo - dentro e fora da escola;
  • valorização do processo sobre o produto da aprendizagem;
  • enfoques curriculares, metodológicos e estratégias pedagógicas que possibilita, a construção coletiva do conhecimento.
É preciso, contudo, considerar que a avaliação dos efeitos de nossos projetos não se centram no aproveitamento de alguns alunos, os deficientes, nas classes regulares. Embora estes casos sejam objeto de nossa atenção, queremos acima de tudo saber se os professores evoluíram na sua maneira de fazer acontecer a aprendizagem nas suas salas de aula; se as escolas se transformaram, se as crianças estão sendo respeitadas nas suas possibilidades de avançar, autonomamente, na construção dos conhecimentos acadêmicos; se estes estão sendo construídos no coletivo escolar, em clima de solidariedade; se a as relações entre as crianças, pais, professores e toda a comunidade escolar se estreitaram, nos laços da cooperação, do diálogo, fruto de um exercício diário de compartilhamento de seus deveres, problemas, sucessos.
Outras alternativas de formação
Para ampliar essas parcerias estamos utilizando também as redes de comunicação à distância para intercâmbios de experiências entre alunos e profissionais da educação, pais e comunidade. Embora ainda incipiente, o Caleidoscópio - Um Projeto de Educação Para Todos é o nosso site na Internet e por meio deste hipertexto estamos trabalhando no sentido de provocar a interatividade presencial e virtual entre as escolas, como mais uma alternativa de formação continuada, que envolve os alunos, as escolas e a rede como um todo. O Caleidoscópio tem sido objeto de estudos de nossos alunos e de outras unidades da Unicamp, relacionadas à ciência da computação e está crescendo como proposta e abrindo canais de participação com a comunidade e com outras instituições que se propõe a participar do movimento inclusivo, dentro e fora das escolas.
Se pretendemos mudanças nas práticas de sala de aula, não podemos continuar formando e aperfeiçoando os professores como se as inovações só se referissem à aprendizagem dos alunos da educação infantil, da escola fundamental e do ensino médio...

AS PERSPECTIVAS
A escola para a maioria das crianças brasileiras é o único espaço de acesso aos conhecimentos universais e sistematizados, ou seja, é o lugar que vai lhes proporcionar condições de se desenvolver e de se tornar um cidadão , alguém com identidade social e cultural
Melhorar as condições da escola é formar gerações mais preparadas para viver a vida na sua plenitude, livremente, sem preconceitos, sem barreiras. Não podemos nos contradizer nem mesmo contemporizar soluções, mesmo que o preço que tenhamos de pagar seja bem alto, pois nunca será tão alto quanto o resgate de uma vida escolar marginalizada, uma evasão, uma criança estigmatizada, sem motivos.
A escola prepara o futuro e de certo que se as crianças conviverem e aprenderem a valorizar a diversidade nas suas salas de aula, serão adultos bem diferentes de nós, que temos de nos empenhar tanto para defender o indefensável.
A inclusão escolar remete a escola a questões de estrutura e de funcionamento que subvertem seus paradigmas e que implicam em um redimensionamento de seu papel, para um mundo que evolui a "bytes".
O movimento inclusivo, nas escolas, por mais que seja ainda muito contestado, pelo caráter ameaçador de toda e qualquer mudança, especialmente no meio educacional, é irreversível e convence a todos pela sua lógica, pela ética de seu posicionamento social.
A inclusão está denunciando o abismo existente entre o velho e o novo na instituição escolar brasileira. A inclusão é reveladora dessa distância que precisa ser preenchida com as ações que relacionamos anteriormente.
Assim sendo, o futuro da escola inclusiva está, ao nosso ver, dependendo de uma expansão rápida dos projetos verdadeiramente embuídos do compromisso de transformar a escola, para se adequar aos novos tempos.
Se hoje ainda são experiências locais, as que estão demonstrando a viabilidade da inclusão, em escolas e redes de ensino brasileiras, estas experiências têm a força do óbvio e a clareza da simplicidade e só essas virtudes são suficientes para se antever o crescimento desse novo paradigma no sistema educacional.
Não se muda a escola com um passe de mágica.
A implementação da escola de qualidade, que é igualitária, justa e acolhedora para todos, é um sonho possível.
A aparente fragilidade das pequenas iniciativas, ou seja, essas experiências locais que têm sido suficientes para enfrentar o poder da máquina educacional, velha e enferrujada, com segurança e tranquilidade. Essas iniciativas têm mostrado a viabilidade da inclusão escolar nas escolas brasileiras.
As perspectivas do ensino inclusivo são, pois, animadoras e alentadoras para a nossa educação. A escola é do povo, de todas as crianças, de suas famílias, das comunidade, em que se inserem.
Crianças, bem-vindas à uma nova escola !

BIBLIOGRAFIA
BROWN,L. et alii (1979). A strategy for developing chronological age appropriate and functional curricular adolescents and severely handicapped adolescents and young adults. In: The Journal of Special Education. 13 (1), 81-90.
BROWN,L. et alii (1983). Enseigner aux élèves gravement handicapés à accomplir des tâches essentielles em millieu de travail hétérogène.Wisconsin: University of Wisconsin e Madison Metropolitan School District.
DORÉ,R., WAGNER,S.,BRUNET,J.P. (1996). Réussir l’intégration scolaire - la déficience intellectuelle. Montréal (Québec): Les Éditions LOGIQUES Inc.
FALVEY,M.A. et HANEY,M. (1989). Partnerships with parents and significant others. In: Falvey,M.A. Community-base curriculum. instructional strategies for students with severe handicaps. Baltimore,MD: Paul H.Brookes Publishing Co. 15-34.
FERGUSSON,D.L. et alii (1992). Figuring out what to do with grownups:how teachers make inclusion "work"for students with disabilities. In: The Journal of the Association for Persons With Severe Disabilities (JASH), 17 (4), 218-226.
MANTOAN,M.T.E. (1988). Compreendendo a deficiência mental: novos caminhos educacionais. São Paulo: Editora Scipione.
MANTOAN,M.T.E. (1991). A solicitação do meio escolar e a construção das estruturas da inteligência no deficiente mental: uma interpretação fundamentada na teoria de conhecimento de Jean Piaget. Tese de doutoramento. Campinas:UNICAMP/Faculdade de Educação.
MONEREO,C. (1985). In: Steenlandt, D. La integration de niños discapacitados a la educación común. Santiago do Chile: UNESCO/OREALC, 1991.
MORENO,M. (1993). Os temas transversais : um ensino olhando para frente. In: Busquets,M.D. et alii. Los temas transversales: claves de la formación integral. Madri:Santillana, 1993. 10-43.
PETERSON,M. et alii (1992). Community-referenced learning in inclusive schools: effective curriculum for all students. In: Stainback,S. et Stainback,W.(organizadores).Curriculum considerations in inclusive classrooms:facilitating learning for all students. Baltimore,MD: Paul H.Brookes Publishing Co. 207-227.
PURKEY,W.W. et NOVAK,J.M. (1984). Inviting school success.A self-concept approach to teaching and learning. Belmont: Wadsworth.
SAINT-LAURENT,L. (1994). L’éducation intégrée à la communauté en déficience intellectuelle. Montréal, Québec: Les Editions Logiques Inc.

domingo, 9 de outubro de 2011

FELIZ DIA DOS PROFESSORES!!

Oração do professor

Senhor, tu me conheces.

Sabes onde nasci, sabes de onde venho, quem sou. Conheces minha profissão: sou professor.

Desde criança, tinha em mim um imenso desejo de ensinar. Queria partilhar vida, sonhos. Queria brincar de reger. Reger bonecos. Plantas. Reger as águas do mar que desde cedo aprendi a namorar.A todos ensinava, Senhor.

Criava e recriava histórias para senti-las melhor, para reparti-las com quem quisesse ouvir. Eu era um professor. Fui crescendo e percebi o quanto o sonho era real. Queria ensinar mesmo. Estudei. Concluí o curso universitário.

Hoje sou, de fato, um professor. Com diploma, certificado e emprego estável. Hoje não são bonecos que me ouvem, são crianças. Dependem tanto de mim. Do meu jeito. Do meu toque. Do meu olhar.

São crianças ávidas de aprender. E de ensinar. Cada uma tem um nome. Uma história. Cada uma tem um ou mais medos. Traumas. Têm sonhos. Todas elas, crianças queridas, sonham. E eu. Eu, senhor, sou um gerenciador de sonhos. Sou um professor.

Respeito todas as profissões. Cada uma tem seu valor,sua formosura. Mas todas elas nascem da minha. Ninguém é médico, advogado, dentista, doutor, sem antes passar pelo carinho, pela atenção, pelo amor de um professor.

Obrigado, Senhor.Escolhi a profissão certa. Escolhi a linda missão de partilhar.

Tenho meus problemas. Sofro, choro, desiludo-me. Nem sempre dá certo o que programei. Erro muito. Aprendo errando, também.

Mas de uma coisa estou certo: sou inteiro. Inteiro nas lágrimas e no sorriso. Inteiro no ensinar e no aprender.

Sei que meus alunos precisam de mim . E eu preciso deles. E por isso somos tão especiais. E nesta nobre missão de educar, nossa humanidade se enriquece ainda mais.

Sou professor. Com muito orgulho. Com muita humildade. Com muito amor. Sou professor!

Amém!

Gabriel Chalita

PARA REFLETIR

Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso,
que se dedicava a ensinar zen aos jovens.
Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda
era capaz de derrotar qualquer adversário.

Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total
falta de escrúpulos apareceu por ali.
Queria derrotar o samurai e aumentar sua fama.

O velho aceitou o desafio e o jovem começou a insultá-lo.
Chutou algumas pedras em sua direção,
cuspiu em seu rosto, gritou insultos, ofendeu seus ancestrais.
Durante horas fez tudo para provocá-lo,
mas o velho permaneceu impassível.

No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado,
o impetuoso guerreiro retirou-se.

Desapontados, os alunos perguntaram ao mestre
como ele pudera suportar tanta indignidade.

- Se alguém chega até você com um presente,
e você não o aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo, respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos.
Quando não são aceitos, continuam pertencendo a
quem o carregava consigo.

A sua paz interior depende exclusivamente de você.
 As pessoas não podem lhe tirar a calma.
 Só se você permitir...

DONA FELICIDADE


DIZEM QUE DONA FELICIDADE MORA LONGE DOS SONHADORES, MAS NÃO É VERDADE NÃO! DONA FELICIDADE MORA SEMPRE ONDE COLOCAMOS NOSSOS SONHOS.
UNS, COLOCAM SEUS SONHOS EM LUGARES MUITO ALTOS, IMAGINAM QUE SER FELIZ É POSSUIR TUDO, OUTROS, JÁ CALEJADOS PELA VIDA E PELAS LUTAS DO DIA A DIA, APRENDERAM A COLOCAR SEUS SONHOS EM LUGARES PRÓXIMOS, BUSCANDO REALIZAR APENAS UM SONHO DE CADA VEZ.
DONA FELICIDADE, AO CONTRÁRIO DO QUE DIZEM AS MÁS LÍNGUAS, NÃO É EXIGENTE, NÃO É “MADAME ESNOBE” QUE SE ESCONDE DO POVO, PELO CONTRÁRIO, DONA FELICIDADE É SIMPLES E TÃO HUMILDE QUE ÀS VEZES ESTÁ BEM NA NOSSA CARA E NÃO A ENXERGAMOS.
QUANTAS PESSOAS PASSAM UMA VIDA INTEIRA PROCURANDO POR ELA E ELA ESTÁ BEM NA FRENTE DE SEUS NARIZES.
MAS, TEM UMA COISA, DONA FELICIDADE EXIGE QUE CADA PESSOA QUE DESEJA REALMENTE ENCONTRÁ-LA, VÁ PESSOALMENTE PROCURÁ-LA, AÍ DAQUELES QUE ENTREGAM A SUA FELICIDADE NA MÃO DOS OUTROS, AÍ DAQUELES QUE ESPERAM QUE OUTRAS PESSOAS VENHAM TRAZER A FELICIDADE PARA SUAS VIDAS.
POBRE DAQUELES QUE INVESTEM AS SUAS VIDAS EM TENTAR MUDAR ALGUÉM, EM CONSERTAR UMA PESSOA, EM, JULGAR OUTRAS...
DONA FELICDADE ESTÁ SENTADA À SUA FRENTE E PERTINHO DE VOCÊ, BASTA ENXERGAR A VIDA COM A LENTE DA SIMPLICIDADE, DAR O PRIMEIRO SORRISO (AFINAL DONA FELICIDADE É MUITO ALEGRE), DAR O RPIMEIRO PASSO PARA SE LIBERTAR DE QUALQUER TIPO DE ESCRAVIDÃO (DONA FELICIDADE É A PRÓPRIA LIBERDADE), PARAR DE SER A VÍTIMA INFELIZ (DONA FELICIDADE NÃO ACREDITA EM VÍTIMAS, ACREDITA EM AÇÃO E REAÇÃO).
POR FIM, DONA FELICIDADE MANDA UM RECADO PARA VOCÊ QUE POR QUALQUER MOTIVO ESTEJA SOFRENDO, ESTEJA TRISTE, DESANIMADO DA VIDA: “O TEMPO É O MELHOR REMÉDIO E O MELHOR CONSELHEIRO” PARA QUALQUER SITUAÇÃO, NÃO JULGUE, DEIXE O TEMPO TRAZER A RESPOSTA. ENQUANTO ISSO LUTE PELA SUA FELICIDADE, LEMBRE-SE QUE VOCÊ É A PARTE MAIS IMPORTANTE DE SUA VIDA E MUITO IMPORTANTE PARA A PRÓPRIA VIDA. SORRIA!!! (AUTOR DESCONHECIDO)
QUE ESTA MAGIA PERDURE EM TODO O ANO E QUE DONA FELICIDADE SEJA SUA ETERNA COMPANHEIRA... E, SE POR UMA ACASO, ELA DER UMA PEQUENA FUGIDINHA OLHE PARA O SEU LADO E VEJA QUANTAS PESSOAS TE QUEREM BEM... ELA LOGO VOLTARÁ!!!
ABRAÇOS, MARILEI

sábado, 8 de outubro de 2011

Minha LInda Mocinha

                                   Minha linda há um ano atrás

A INCLUSÃO EDUCACIONAL

                                              A INCLUSÃO EDUCACIONAL
         Através da educação escolar temos ou podemos ter condições básicas para o desenvolvimento de nosso bem estar, desde o acesso à cultura, aquisição de conhecimentos e informações até o preparo do cidadão para o mercado de trabalho e para o exercício pleno de nossa cidadania. Este, portanto, é um direito de todo cidadão seja ele portador de necessidades educativas especiais ou não. E, por que não pensarmos ou falarmos em educação para todos? Em inclusão?
        A inclusão ou integração de alunos especiais em escolas regulares vem sendo fortalecida em nosso país e, para que consigamos obter melhores resultados precisamos de professores preparados teoricamente e que se dediquem em prol de seus alunos, valorizando as diferenças e crendo nas suas capacidades.
Gostaríamos de citar que a presença de todos os tipos de crianças em uma escola regular é algo perfeitamente aceitável, mas que deve ser bem pensado e planejado no que se refere ao respeito pela criança portadora de deficiência e ao professor do ensino regular.
Muitas crianças ditas normais desconhecem crianças diferentes. Sabem que existem pequenos problemas que uma ou outra pessoa pode possuir, mas não vêem isso como barreira para a amizade, a compreensão, a convivência. Sabemos que ainda existem preconceitos frente aos portadores de deficiência e esta visão deturpada dos limites e/ou possibilidades de cada indivíduo torna o adulto (muitas vezes) um transmissor de pré-conceitos e de imagens distorcidas frente às crianças sobre as deficiências, podendo gerar daí alguns conflitos na escola e de convivência que poderão ser facilmente sanados com compreensão e sabedoria por parte dos professores e equipe diretiva da escola dita regular.
A inclusão na escola é saudável para a construção da base do processo de normalização daqueles que nasceram com alguma diferença significativa e, que tem por alguma razão negada a sua convivência com as demais crianças.
O início desta inclusão deve ser dado pelos pais ao estimularem desde bebês a convivência de seus filhos com os demais familiares e vizinhos, ou até em creches e escolas de educação infantil. Quanto maior os estímulos globais do desenvolvimento do ser humano menor serão suas defasagens cognitivas e sociais...
Ao interagir com as demais crianças percebe-se maior variedade de estímulos, encorajando a verbalização, oportunizando a exploração e as descobertas provenientes da manipulação de objetos e de condições favoráveis ao desenvolvimento de um repertório de informações e conhecimentos.
Cabe lembrar que a educação é direito de todos e que a inclusão não é algo que se possa querer ou não aceitar, mas é algo que necessita de amor, de doação e de consciência da responsabilidade dos professores na educação de crianças e jovens que serão adultos amanhã e, que terão sobre seus ombros a responsabilidade de governar e de levar nosso país adiante. É necessário, portanto, que toda a sociedade brasileira abra novos horizontes em relação à questão da inclusão, visando e exigindo uma educação de melhor qualidade lembrando a existência e os direitos de todos os cidadãos, sem discriminação ou rótulos, mas com a visão da necessidade que temos de darmos as nossas mãos em busca de um mundo melhor.
Os sistemas públicos e particulares de ensino precisam viver e respeitar as diferenças sendo este o único caminho para vivermos a igualdade. O sucesso desta vivência decorre das potencialidades de se conseguir progressos significativos dos alunos “especiais” na escolaridade. Adequar práticas pedagógicas e vivenciar as diversidades na aprendizagem farão com que ocorra a assimilação e aceitação das dificuldades de alguns alunos, representando um benefício para a escola que realmente se envolver na inclusão, pois se supõe uma melhoria e enriquecimento no âmbito escolar em geral, flexibilizando seu currículo, criando motivações e atendendo os diferentes interesses e capacidades de aprender.
Percebemos ainda muita desinformação frente à inclusão o que vêm gerando medo, insegurança e incapacidades frente à melhores resultados na inclusão, portanto é necessário maiores esclarecimentos e divulgação das experiências e os sucessos com as mesmas para que se acabe com este preconceito frente ao portador de necessidade educativa especial e à inclusão na rede regular de ensino, sendo este o desafio que pretendo propor ao fim deste trabalho monográfico.
É claro que o caminho a trilhar ainda é muito longo e que muitas divergências e controvérsias surgirão frente ao assunto, assim como estamos cientes que não são todos os indivíduos especiais que poderão ser inclusos na rede regular de ensino e que a existência de escolas especiais e dos trabalhos de profissionais qualificados nesta área sempre se farão necessários para atuar frente aos indivíduos mais prejudicados mentalmente, mas sabemos também que a inclusão sempre existiu e que devem ser dados a ela novos olhos e maior compreensão e dedicação frente às diversidades.

Texto extraído da monografia: A CONTRIBUIÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR NA INCLUSÃO NA REDE REGULAR DE ENSINO DE ALUNOS PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS ALFABETIZADOS EM UMA ESCOLA ESPECIAL
MARILEI COSTA CANANÉA
VENÂNCIO AIRES (RS), 2004.

            

Reflexões sobre a inclusão

                                                       Reflexões sobre a inclusão
            A ideia de integração da pessoa portadora de deficiência em qualquer área ao qual ela seja inserida mexe e muito com as emoções de todos os indivíduos que ali se encontrarão. Um dos fatores que considero o mais importante é o que trata da visão preconceituosa sobre o indivíduo especial, que como vimos no primeiro capítulo ainda existe e é bastante acentuada principalmente no que se refere à incapacidade de produção, de compreensão que esses indivíduos apresentam frente à realidade.
            Para que uma criança interaja com os demais, para que ela se integre em qualquer estrutura social se faz necessário que ela possua capacidades. Uns acreditam que essa capacidade deva ser a de agir como os outros, de fazer como eles e não de forma diferente, pois o “correto” se processa de determinada forma e pelos caminhos por nós traçados.
            O desenvolvimento humano se dá de variadas formas, pois cada ser é único e tem potencialidades a serem descobertas enquanto existir como indivíduo que pode e deve interagir socialmente.
            O debate sobre a educação inclusiva vem provocando polêmica em nosso país já há algum tempo, sendo, portanto bastante delicado expor opiniões sem que se abra um novo leque de outras contraditórias ou não a respeito do assunto. Mas, o que me leva a querer discutir esta questão não é a inclusão em si e sim de que forma ela ocorre, principalmente sendo ela feita através de uma escola especial.
            Garantida por lei a inclusão de alunos portadores de necessidades educativas especiais em escolas regulares ocorre com certo receio por parte dos profissionais que nela estarão envolvidos, devido também ao fato da falta de estrutura escolar e/ou despreparo dos profissionais que atuarão junto ao indivíduo especial. Isso, sem falar que a própria inclusão exige uma visão sobre o ser especial, uma retomada (de forma ampla) da proposta curricular e, principalmente a aceitação do professor de tratar esse indivíduo como um ser humano igual aos demais, somente apresentando alguma defasagem em uma ou outra área que deve ser trabalhada na escola regular que, sem sombra de dúvidas, continua conteudista.
            A questão de adequar ou rever a metodologia utilizada pelo profissional da educação regular em suas aulas detona estudos, reflexões, discussões... que, muitas vezes não são bem vindas ao profissional que já tem seus planos, suas técnicas e sua postura em sala de aula bastante enraizada.
O que me leva a refletir sobre esta questão bastante polêmica é o fato de colocarmos inseridos em escolas regulares alunos portadores de necessidades educativas especiais que estão em fase de construção de sua alfabetização com idade cronológica já mais avançada. Percebe-se que estes indivíduos sentem-se muitas vezes constrangidos pela diferença cronológica, física e de interesses que ocorre entre ele e seus colegas, pois chegamos a ter uma diferença de quase o dobro da idade dos alunos de 1ª e/ou 2ª série e seus novos colegas especiais. A saída apresentada neste momento vem sendo as turmas de EJA (educação de jovens e adultos) que estão sendo desenvolvidas nas escolas da rede regular de ensino. Programas como este nos dão a esperança de inserirmos alunos especiais em idade cronológica desde a adolescência até a idade adulta.
            Faz-se necessário, portanto um grande respaldo psicológico, pedagógico e demais apoios que uma instituição como a APAE tem a oferecer aos alunos inseridos e as profissionais com que eles atuarão. Um grande elo entre as escolas se faz necessário, assim como a constante busca pelas melhores metodologias e técnicas a serem ministradas para que possa continuar ocorrendo à conquista de aprendizagem por parte dos alunos especiais.
           A inclusão requer a abertura de uma escola regular às adequações curriculares, metodológicas e até em seu espaço físico para que esteja preparada para melhor atender as diversidades e diferenças físicas, mentais ou múltiplas que por ela passarão. Profissionais solidários, dedicados e realmente engajados na inclusão terão de se disponibilizar as adequações diante de suas aulas, buscando despertar o interesse e adequar a sua turma este novo integrante do grupo e tentar assim resgatar sua auto-estima.
            A escola necessita também adequar sua proposta pedagógica respeitando as individualidades e a diversidade, diferenciando critérios de avaliação que levem em conta o crescimento individual de cada aluno conforma suas potencialidades, capacidades e interesses. Atividades diferenciadas como dança, música, culinária, teatro, trabalhos manuais, atividades esportivas são enriquecedoras do processo ensino-aprendizagem para toda criança e, principalmente, para os portadores de deficiência que, sabemos, aprendem melhor de forma lúdica, sendo esta também como forma de promover uma melhor integração com seu grupo.
           Seria utopia dizermos que todo o profissional da educação está preparado para receber algum aluno especial, pois isto não ocorre na prática. Já tivemos nesta caminhada pessoas totalmente incapazes e muitas vezes insensíveis as limitações apresentadas pelos seus alunos. Pessoas que deveriam primeiramente repensar a sua condição enquanto ser humano e depois buscar os melhores caminhos para a sua profissão, mas não cabe aqui críticas frente a estes profissionais e sim lembrar que não são todas as pessoas que tem o dom de atender as dificuldades e demandas de uma inclusão. Após a inclusão não  caberá mais tão somente os planos de aula prontos e tradicionais e sim uma verdadeira guinada em sua proposta de trabalho em prol do crescimento de um grupo e não somente de um ser especial.
            A troca realizada entre as equipes de gestores e o apoio mútuo entre seus supervisores fazem do trabalho de inclusão uma tarefa prazerosa, que realmente dá grandes resultados e se torna experiências muito bonitas de serem vividas, assim como extremamente gratificante.
            Enfim, sabemos que muito temos que refletir sobre a inclusão, mas para que isso ocorra devemos fazer a inclusão e na prática buscar a construção de melhores formas e maneiras de agirmos frente a ela. Aprendemos muito quando erramos, mas só erramos por que tentamos acertar na caminhada da inclusão e por estas estradas temos a certeza de encontrarmos portas abertas e pessoas interessadas na busca de um mundo melhor e mais justo a todo e qualquer cidadão.
       Texto extraído da monografia: A CONTRIBUIÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR NA INCLUSÃO NA REDE REGULAR DE ENSINO DE ALUNOS PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS ALFABETIZADOS EM UMA ESCOLA ESPECIAL
                                                MARILEI COSTA CANANÉA
                                                            VENÂNCIO AIRES (RS), 2004.

Eu e meu sobrinho neto Lorenzo

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Meus grandes amores!


                                             Bruna
                                            Alexandre
                                            Fernanda

E aí vai a receita preferida dos meus filhos!

Bolo de Coca-cola
Ingredientes:
Quatro ovos.
Um pacote de fermento em pó.
Três xícaras de farinha de trigo.
Seis colheres de margarina.
Duas xícaras de açúcar.
Uma xícara de chocolate em pó.
Uma pitada de sal.
Uma coca-cola média (ou Pepsi).

Preparação:
Bata no liquidificador: quatro colheres de margarina, duas xícaras de açúcar, sal, quatro gemas e a coca-cola.  Numa tigela colocar a farinha de trigo, uma xícara de chocolate em pó e fermento. Acrescentar a mistura do liquidificador misturando bem. Juntar as claras em neve. Despejar na forma untada e levar ao forno para assar.
Cobertura:
Levar ao fogo uma lata de  leite condensado com uma lata de leite de vaca,2 colheres de chocolate em pó.Mexer até engrossar .Despejar o creme quente sobre o bolo ainda quente.