segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Um Desabafo....

Pensando na Educação hoje...
     Nossos alunos estão diferentes e muito, ao meu ver, e isso se deve ao fato de nossos pais terem sido bem mais presentes em nossa trajetória escolar do que são os de hoje em dia, mais exigentes. Como por exemplo: o repasse dos valores (como o do respeito ao próximo) ficou muito largada à escola e, como passam pouco tempo conosco, não temos muito o que fazer frente à este assunto. Sem contar que os nossos interesses e sonhos de criança e adolescentes era de um futuro melhor, pensávamos em faculdade, em conquistar espaço na sociedade...
     Hoje em dia eles (a maioria da clientela das escolas públicas que conheço) não pensam em seguir seus estudos, o emprego de safristas em fumageiras ou em outras firmas já é muito bom. O desinteresse pelo futuro parece aliado à questão educacional e que ao meu ver está se mostrando cada vez mais fraca justamente pelo fato de serem passados sem muita cobrança, sem que lhes seja exigido cada vez mais. A indisciplina é algo diário até entre os alunos pequenos... É difícil para o professor ter de trabalhar e exigir constantemente silêncio e colaboração em suas aulas e ensinar conteúdos que estão distantes da realidade de suas vidas. Acredito que isso só vai piorar com a nova proposta de não reprovar os alunos, mesmo que não estejam alfabetizados, pois os conteúdos de cada ano/série devem ser repassados.
     A escola é um lugar de transmissão de conhecimentos, de troca de saberes e se os que não conseguem aprender são passados, qual é o estímulo que está sendo dado ao esforço e ao interesse dos demais? Este meu discurso parece contrário à inclusão, não é? Garanto para vocês que não, porque em minha trajetória enquanto educadora especial inclui com sucesso muitos e muitos alunos alfabetizados em escola especial (onde trabalhei por 16 anos) e na classe especial (onde atuo até hoje). Estes alunos seguiram seus passos com o auxílio de sala de recursos e adaptação curricular, mas atingiam o que lhes era proposto. E agora que querem acabar com as classes e com as escolas especias percebe-se que não está sendo discutida a questão de uma inclusão justa e digna a todos os deficientes que têm seu tempo e suas necessidades a serem respeitadas, mas sim estão pensando em zerar o índice de repetência e se tornar um país incluso sem respeito aos interesses, dificuldades e necessidades especiais. Penso que onde há inclusão feita somente por fazer podemos ter problemas de bullyng, de baixa estima (pois se dão conta de que não conseguem aprender e não sabem fazer o que lhes é pedido e assim por diante.
     Este é mais um dos meus devaneios em relação a educação...
Beijos e desculpem a minha sinceridade.
Marilei

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